A arte e os ofícios do curtume impregnam de identidade regional o conceito da "Poltrona Arreio". As barrigueiras idealizadas para atar a sela ao corpo do cavalo e garimpadas na feira livre de Campina Grande (Paraíba) ganham evidência como matéria-prima. O aço que estrutura a peça recebe o contorno afivelado de dez cintas de couro que originalmente estariam nas paisagens do Sertão nordestino, no dorso da cultura impregnada de códigos e símbolos materiais e imateriais que pontuam o estilo de vida e o perfil de seus personagens. A rusticidade, a força e o design exótico transportam às referências do Movimento Armorial do escritor Ariano Suassuna que nos anos 70 proclama o resgate da arte erudita para forjar uma identidade cultural com base nas tradições. Na reinvenção das funções o desenho da poltrona faz dos arreios ponto de conexão entre passado e presente e resguarda a essência de um repertório de histórias que galopam os saberes ancestrais.

Poltrona Arreio